segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Relatório da Situação Financeira do Município de Campinas

O conceito de finanças públicas pode ser definido como um ramo de estudo da Economia, que abrange a obtenção de recursos pelo Estado, sua gestão e seu gasto, de forma a atender as necessidades coletivas.
Com o objetivo de analisar a evolução das finanças públicas no município de Campinas – SP, ao longo do período dos anos de 2005 a 2012, o grupo se pautou pelo uso do Painel Financeiro Municipal (PFM), ferramenta utilizada para realizar análises financeira e orçamentária, no qual são evidenciadas e sintetizadas as informações relevantes de demonstrativos contábeis. O PFM foi elaborado e desenvolvido pelo Prof. Dr. Valdemir Pires e seu grupo de pesquisa composto por alunos coordenados pelo mesmo. Através de sua utilização as contas da prefeitura e seus resultados ficam expostos de modo que facilitam a compreensão destes, e há também gráficos que ilustram a evolução dos dados que constam nas planilhas. Os dados utilizados para preenchimento do PFM foram coletados no site da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo e na base Finanças Públicas (FINBRA) da Secretaria do Tesouro Nacional.
Levando em consideração aos maiores arrecadadores de receita de um município, podemos citar o ISSQN (Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza), o IPTU (Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbano), o ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) e principalmente o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação), que nada mais é que uma transferência constitucional, constituindo-se na principal fonte de receita.
Entre 2009 e 2010 o Município de Campinas sofreu uma queda na arrecadação do ICMS, e essa pode ser justificada pela crise de 2009, momento no qual houve um abatimento do ICMS nas empresas, e devido à inadimplência delas, esse acabou se tornando um período de efeito recessivo da crise financeira mundial.
A crise como um todo afetou a arrecadação do município, o que pode ser observado no quadro da evolução total da receita, onde em 2010 e 2011 não há um aumento relativo. Passada a crise de 2009, o crescimento retoma apenas em 2012, e esse acontece pelo fato de Campinas ser uma das cidades mais ricas da região, onde se destacam as indústrias de alta tecnologia e o parque metalúrgico. Esse é um fator econômico extremamente positivo, e fez com que o município conseguisse se reestruturar logo.
Apesar da crise, as transferências da União para a região de Campinas tiveram um aumento repentino de 2009 a 2011, e esse foi associado aos investimentos feitos no aeroporto de Viracopos, às obras de ampliação na sua infraestrutura para a Copa do Mundo que ocorrerá em 2014 e ao investimento que pela primeira vez é feito pelo município em ciência e tecnologia. Porém esses investimentos não se mantiveram em crescimento, havendo um recuo comparado aos anos anteriores, causado pelo fraco crescimento do PIB no ano de 2012.
O ano de 2008 foi de eleição, e o prefeito Hélio de Oliveira Santos, também conhecido como Doutor Hélio, foi reeleito. Durante os anos de 2008 e 2009, podemos ver um elevado aumento nas despesas com saúde, educação, gestão urbana e serviços públicos, políticas públicas de desenvolvimento econômico e social e com a administração pública local, e isso pode se relacionar à sua reeleição, uma vez que em época de eleições e durante o primeiro ano do mandato, os prefeitos costumam investir nessas áreas, visando mostrar eficiência e eficácia, reorganizando assim a administração pública e gerando novos gastos.
Contudo, o mandato do Doutor Hélio, não foi dos melhores, pois apesar de ter sido reeleito, em 2011 o prefeito foi cassado.  Ele sofreu impeachment sob acusação de ter cometido infrações político-administrativas ao não impedir um suposto esquema de corrupção e irregularidades na aprovação de loteamentos e na instalação de antenas de telefonia celular, ou seja, indicou para cargos de confiança profissionais acusados de irregularidades e permitiu um esquema de corrupção durante o seu mandato. Toda essa instabilidade na administração pública municipal durante o seu mandato pode ter ocasionado o aumento nos gastos com a administração pública direta, que vinha acontecendo de forma acelerada nos últimos anos. Na época do seu impeachment as despesas com investimentos, serviços prestados e materiais de consumo estavam reduzidas, o que mostra uma desmotivação do governo local tanto com a sua própria estrutura quanto com a população, permitindo irregularidades, corrupções e desvios de verba.
Ainda no campo das despesas, pode-se afirmar que os recursos destinados ao pagamento de pessoal são muito elevados em comparação, por exemplo, a despesa destinada aos investimentos do município. A despesa de pessoal foi responsável em 2012 por mais de 50% da despesa por elemento.
Considerando a análise acima, o grupo concluiu que a situação financeira de Campinas é boa e mantém-se em constante desenvolvimento, apesar da queda no momento de crise, se recupera bem mantendo as expectativas desejadas. Porém, o município deve ficar em alerta com os gastos elevados referentes ao pessoal e talvez realocar melhor esses recursos em investimentos para a cidade.

Referências:
Afiscamp, Associação dos Auditores-Fiscais da Prefeitura Municipal de Campinas. Disponível em: http://www.afiscamp.org.br/site/prestando_contas/icms_fisco_municipal.php
Acessado em 02/11/2013.

Correio Popular, Campinas. Disponível em:
Acessado em 03/11/2013.

Acessado em 04/11/2013.


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